terça-feira, 13 de março de 2018

Shekhinah

A exemplo do que aconteceu no deserto, nosso foco não deve mesmo estar na solução dos problemas, mas no fim destes. Por que os israelitas comeram do Maná e, no entanto, morreram no deserto? Talvez por não terem o foco na Terra Prometida. E se creram que não chegariam a entrar, se perderam a fé em quem prometeu, talvez isto mesmo os tenha conduzido à morte, porque ignoraram a Presença em detrimento da ajuda divina, e quem sabe, em detrimento da abundância que deixaram para trás. O que devemos preferir, qual deve ser o nosso foco: o que tínhamos como escravos, o que recebemos no deserto, ou o que nos foi prometido para além deste? Se o Egito é o mundo, e a Canaã é o paraíso, o deserto é o meio termo, onde somos tratados e limpos para herdar a Terra, então, todos os que cremos seguimos neste deserto, não mais escravos, não ainda assentados, contudo guiados, não pelos livramentos celestiais, que confirmam a fidelidade do Altíssimo, mas pela sua Presença diurna e noturna, que, mesmo dentre os intempéries, confirma sua felicidade, sua satisfação, conosco.

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